Meditando na carta de Jesus para a igreja de Laodiceia (Ap 3.14.21), a última das Sete Cartas do Apocalipse, observa-se que esta é a única igreja que apenas recebe reprimendas de Cristo. Jesus, cabeça da Igreja, conhece bem cada uma de suas igrejas. Ele exalta a virtude e recrimina o pecado. Mas, aqui, ele nada viu que fosse digno de apreço.
A igreja estava numa cidade muito próspera, que era conhecida por seus avanços no campo da medicina, a ponto de elaborar um famoso colírio e Laodiceia também era afamada pela fabricação de tecidos finos. Mas, em vez de influenciar a cidade, a igreja é que estava sendo influenciada por ela. O apego as coisas materiais e sua confiança nas riquezas, na medicina e na glória efêmera deste mundo haviam cegado os membros da igreja, provocando a perda da santidade e do fervor espiritual. “Não vos conformeis com este século” (Rm 12.2) e “não ameis o mundo e nem aquilo que há no mundo” (1 Jo 2.15).
Havia uma diferença gritante na maneira como os crentes daquela igreja enxergavam a si mesmos e como Jesus os via. Enquanto eles se consideravam abençoados a ponto de nem sequer dependerem mais de Deus (3.17), Jesus os via como carnais, pobres, cegos e nus. Mas, por sua misericórdia, Jesus ainda não desistiu deles, e, graciosamente (Is 55.1), lhes oferece ouro imperecível para sua verdadeira riqueza, colírio para abrir seus olhos espirituais e vestimentas verdadeiramente gloriosas para cobrir a vergonha da nudez deles (3.18).